HISTÓRIA DAS RELAÇÕES DE GÊNERO
RELAÇÕES DE GÊNERO E PATRIARCALISMO
SEXUALIDADE
O termo gênero tem sido desde a década de 1970, o termo usado para teorizar a questão da diferença sexual. Foi inicialmente utilizado pelas feministas americanas que queriam insistir no caráter fundamentalmente social das distinções baseadas no sexo.
A palavra indica uma rejeição ao determinismo biológico implícito no uso de termos como sexo ou diferença sexual. A expressão sexo ou diferença sexual enfatiza as características físicas, biológicas, anatômicas e fisiológicas dos seres humanos que os definem como macho/fêmea.
Sendo o sexo uma construção natural, com a qual se nasce. Baseado nessas características criou-se culturalmente o preconceito da superioridade masculina sobre a feminina, desenvolvendo papéis sociais específicos que moldam a sociedade.
A expressão gênero representa as relações sociais entre seres de sexo diferentes sem enfatizar um preconceito desigual relacionado com a diferença de anatomia ou fisiológica que caracterizam homens e mulheres. Dentro desse novo conceito busca romper-se com a ideologia de papéis pré-definidos enraizados na cultura estrutural da moderna sociedade humana.
HISTÓRIA DAS RELAÇÕES DE GÊNERO
Na Pré-História, a mulher tinha um enorme peso nas sociedades de todo o mundo[1]. Não eram sociedades matriarcais, e sim MATRICÊNTRICAS, pois a mulher não dominava, mas as sociedades eram centradas nela por causa da fertilidade. Assim, pela sua inexplicável habilidade de procriar, as mulheres eram elevadas à categoria de divindades[2].
Na Antiguidade, o homem era absoluto e a mulher equiparada a um escravo, pois ela não considerada uma cidadã, elas não tinham acesso ao saber, vistas apenas como receptoras da semente masculina.
Na Idade Média, a Igreja Católica medieval considerava a mulher como causa e objeto do pecado, pois tinha como referência a ideia do pecado original, cometido por Eva. Assim, sendo, era considerada a porta de entrada para o demônio. Só não eram consideradas assim quando eram virgens, mães, esposas, ou quando viviam no convento[3].
A partir do século XVIII, que começou as verdadeiras mudanças, principalmente na maneira de pensar sobre o papel da mulher, graças ao Iluminismo e à Revolução Francesa, criou-se um contexto fértil para o surgimento de novas ideologias.
Datam dessa época as primeiras obras de caráter feminista, escritas por mulheres como as inglesas Mary Wortley Montagu (1689-1762) e Mary Wollstonecraft (1792), “A Vindication of the Rights of a Woman” (Uma Defesa dos Direitos da Mulher), que propunha a igualdade de oportunidades na educação, no trabalho e na política.
A partir do século XIX, no contexto da Revolução Industrial, o número de mulheres empregadas aumentou significativamente. Foi a partir desse momento, também, que as ideologias socialistas se consolidaram, de modo que o feminismo se fortificou como um aliado do movimento operário[4].
Nesse contexto realizou-se a Primeira Convenção dos Direitos da Mulher em Seneca Falls, Nova York em 1848.
Também em Nova York, em 1857, aconteceu o movimento grevista feminino que, reprimido pela polícia, resultou num incêndio que ocasionou a morte de 129 operárias, justamente no dia 8 de Março (Dia Internacional da Mulher).
Atualmente, esta luta social se expressa por múltiplas ações comuns e em grande parte de formas de organização e movimentos. A luta feminista (sistema que preconiza a igualdade dos direitos do homem e da mulher), objetiva a emancipação das mulheres e um respeito social mais dignificante.
Ainda assim, não desapareceram de súbito os preconceitos sobre a mulher, pois esses preconceitos têm na maior parte uma raiz histórica que não reside na essência do sistema socioeconômico.
RELAÇÕES DE GÊNERO E PATRIARCALISMO
Desde o início a história social, a civilização ocidental, foi moldada dentro de uma estrutura social PATRIARCALISTA, onde o poder decisivo da família, da fazenda, do comércio, do governo, estava nas mãos do pai, do senhor, do chefe, do rei. Mas com o desenvolvimento socioeconômico das sociedades modernas, essa estrutura social patriarcalista passa a sofrer modificações.
Com o resultado da transferência dos meios de produção da família patriarcal aos donos das fábricas, as mulheres e os escravos passaram a ser desnecessários para a produção doméstica. Assim inicia-se uma desvalorização da mão-de-obra feminina, passando a se tornar concorrentes no mercado de trabalho, passaram a ser vítimas de diversos preconceitos e de uma ideologia machista.
O declínio do patriarcalismo que vemos na nossa sociedade, apesar de sua persistência é fruto das lutas das mulheres[5]. Não é uma simples evolução da natureza ou uma concessão dos homens. A luta feminista não é contra os homens, mas contra as relações sociais patriarcais, das quais os homens também são vítimas.
É uma luta que inclui também homens insatisfeitos com a dominação machista patriarcal – porque o homem não consegue encontrar a companheira que complemente, mas somente subalterna: companheirismo só pode ocorrer numa relação em que os diferentes se reconhecem como diferentes, mas não estabelecem hierarquias, isto é, companheirismo só é possível numa relação de igualdade entre os diferentes.
O patriarcalismo interiorizado impede também muitos varões de usufruírem dos muitos aspectos humanizantes da vida como a emotividade, a sensibilidade, a expressão da afetividade, a intuição e o perdão. Sendo também um dos principais impedimentos repressores das diversas manifestações dos comportamentos de sexualidades.
A conquista social da mulher é limitada a determinados países e classe sociais. No Brasil, o maior preconceito vivenciado, pelas mulheres está no mercado de trabalho. A remuneração, não acompanhou o crescimento profissional feminino, mesmo conseguindo uma escolaridade superior à dos homens, as mulheres ainda ganham bem menos.
A nova mulher busca a conquista no ramo do trabalho, passando dessa forma a exigir mais nas qualidades de um homem, pois hoje não são submissas, nem inferiores a eles[6]. Elas conquistaram a licença a maternidade, leis sérias contra o assédio sexual. Ressaltando com destaque a Lei número 11.340 de 07 de agosto de 2006, conhecida como lei Maria da Penha,
que significou o aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar.
SEXUALIDADE
Entende-se como sexualidade o conjunto de variações do comportamento referentes aos desdobramentos dos estímulos sexuais em relação ao prazer e perpetuação da espécie na caracterização da forma – atos sexuais.
O comportamento sexual difere em cada ser humano. Os valores sociais tendem a dividir em blocos determinados padrões de conduta sexual.
As principais variações do comportamento observadas são:
HETEROSSEXUALIDADE
É o comportamento sexual onde existe uma combinação binária no relacionamento: macho-fêmea. Neste caso, há uma clara associação de libido, sentimentos e desejos pelo sexo oposto. Este comportamento pode assumir um padrão monogâmico ou poligâmico. Os heterossexuais são as bases de todas as sociedades modernas[7].
HOMOSSEXUALIDADE
É o comportamento sexual no qual o indivíduo sente atração pelo mesmo sexo. Quando indivíduos de comportamentos sexuais diferentes deste têm uma reação contrária a este comportamento surge a homofobia, que é a aversão ao comportamento homossexual.
Existem três grandes variações no comportamento homossexual: indivíduos classificados como passivos (faz papel feminino), ativos (faz o papel masculino) e versáteis (fazem os dois papéis)[8].
A homossexualidade pode ser masculina ou feminina. Por convenção é comum a utilização popular para o termo “gay” quando se expressa um comportamento sexual de um indivíduo masculino e o termo “lésbico” para um comportamento sexual de um indivíduo feminino.
BISSEXUALIDADE
É um comportamento sexual onde o indivíduo sente atração tanto pelo sexo masculino como feminino. Há uma combinação de heterossexualidade com homossexualidade.
Que pode tanto ocorrer em paralelo, em relacionamentos extraconjugais, ou por fases, onde há momentos de homossexualismos e alternados com momentos de heterossexualismo[9].
PANSEXUALIDADE
É um comportamento sexual no qual o indivíduo busca em primeiro lugar o romantismo, a sensibilidade, o lirismo e o amor por outro indivíduo. Para ele a questão de sexo vem em segundo plano.
TRANSEXUALIDADE
É a busca incessante por copiar o sexo oposto através de características alegóricas ou fantasiosas como o excesso de maquiagem, salto alto no caso do transexual que imita o feminino, e sapato no caso do transexual que imita o masculino.
São pessoas conhecidas por sua alegria, entretenimento, vida noturna e diversão. Os representantes clássicos desta classe são as Drag Queen’s e Travestis.
TRANSGÊNEROS SEXUAIS
É um comportamento determinado principalmente pela genética invertida em relação ao sexo. Assim indivíduos que nasceram com o sexo masculino e que possuem feições do sexo feminino e vice-versa que têm comportamentos sexuais em relação a suas feições físicas.
PEDOFILIA
É um comportamento sexual no qual o indivíduo adulto tem a necessidade de praticar sexo com menores de idade. Para a sociedade contemporânea este tipo de comportamento é considerado um crime, pois a indução da criança a tira da sua faixa de crescimento, proporcionando uma maturação fora do tempo causando um trauma para toda sua vida.
MONOGÂMICO
É aquele que a pessoa busca apenas um único parceiro para toda a vida ou parte dela. Nunca um indivíduo está com mais de uma pessoa ao mesmo tempo. A fidelidade é um componente principal no relacionamento. O monogâmico pode ter mais de um parceiro sexual nos seguintes casos: em caso de morte do parceiro vir a ter compromisso com outro ou no caso de separação definitiva também encontrar outro parceiro para ter um relacionamento fixo. O monogâmico não admite o sexo livre ou o sexo com outros parceiros ao mesmo tempo.
Pode ter comportamento heterossexual, homossexual ou bissexual, mas neste último caso nunca está com dois relacionamentos no mesmo período[10].
POLIGÂMICO
É aquele que o indivíduo possui ao mesmo tempo mais de um relacionamento sexual. Pode ser por meio do consentimento do outro parceiro ou pelo que é mais comum, através de camuflagem que permite ter vidas anônimas em relação a uma vida social estável e aparente. Não significa, entretanto que o poligâmico faça sexo grupal, embora em muitos casos também possa ser verificado. O comportamento poligâmico pode estar inserido na heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade, grupal e outras afins.
ASSEXUAL
É aquele que possui uma indiferença ao sexo pela falta de libido natural ou por aversão ao sexo. Este comportamento está mais associado a problemas hormonais do que um fator de convicção ideológica ou filosófica[11]. O assexual se sente um ser completo e não busca em si mesmo, no sexo oposto e nem no próprio sexo formas de satisfazer o desejo, já que este não se manifesta.
METROSSEXUAL
É aquele que o indivíduo forma uma postura de preocupação excessiva com a aparência e prática relações sexuais com o sexo oposto. Embora o termo tenha sido usado inicialmente apenas para os homens heterossexuais ele pode ser aplicado também para as mulheres. O objeto de desejo sexual é a própria pessoa que deve se cuidar bem para se destacar em sociedade.
FONTES DE REFERÊNCIA INDICADAS NAS NOTAS DE RODAPÉ
[1] APOSTILA DE SOCIOLOGIA PARA O 2º ANO/ENSINO MÉDIO – Blogger, https://jkcarlossofia.blogspot.com/2011/09/apostila-de-sociologia-para-o-2.html.
[2] Que mulher é essa? | Super – Superinteressante, https://super.abril.com.br/historia/que-mulher-e-essa/.
[3] Mulher: O Feminino Através Dos Tempos, https://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_2917/artigo_sobre_mulher–o-feminino-atraves-dos-tempos.
[4] Mulheres – Uma longa história pela conquista de direitos iguais, https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/mulheres-uma-longa-historia-pela-conquista-de-direitos-iguais.htm?fb_locale=pt_BR.
[5] Conversando sobre ética e sociedade – Ética Profissional – Passei Direto, https://www.passeidireto.com/arquivo/72709755/conversando-sobre-etica-e-sociedade.
[6] Mulher: O Feminino Através Dos Tempos – Webartigos.com, https://www.webartigos.com/artigos/mulher-o-feminino-atraves-dos-tempos/3781/.
[7] APOSTILA DE SOCIOLOGIA PARA O 2º ANO – Passei Direto, https://www.passeidireto.com/arquivo/19002410/apostila-de-sociologia-para-o-2-ano/8.
[8] APOSTILA DE SOCIOLOGIA PARA O 2º ANO – Passei Direto, https://www.passeidireto.com/arquivo/19002410/apostila-de-sociologia-para-o-2-ano/8.
[9] APOSTILA DE SOCIOLOGIA PARA O 2º ANO – Passei Direto, https://www.passeidireto.com/arquivo/19002410/apostila-de-sociologia-para-o-2-ano/8.
[10] APOSTILA DE SOCIOLOGIA PARA O 2º ANO – Passei Direto, https://www.passeidireto.com/arquivo/19002410/apostila-de-sociologia-para-o-2-ano/8.
[11] APOSTILA DE SOCIOLOGIA PARA O 2º ANO – Passei Direto, https://www.passeidireto.com/arquivo/19002410/apostila-de-sociologia-para-o-2-ano/8.
Pesquisa e compilação – Prof. Artur Cristiano Arantes
NÃO TEM VALOR COMERCIAL
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